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Além de analisar o histórico financeiro, a plataforma Dataholics utiliza dados abertos sobre educação, emprego, índices sociais, dados do bairro e até da rua além e atividades em redes sociais para criar um score de crédito imparcial.

Daqui do Brasil para o Mundo
Desde 2006, o executivo Daniel Mendes tem estudado o potencial de dados abertos e da inteligência artificial para tomar decisões assertivas. Em 2025 ele fundou a Dataholics, uma plataforma de pontuação de crédito que tem como objetivo ajudar empresas e instituições financeiras a aprimorar suas operações de crédito através do uso avançado de tecnologia. E os resultados falam por si. “Processamos 1.000 consultas por segundo, utilizando big data”, afirmou Mendes. “Realizamos análises em 700.000 pequenas empresas para um cliente interessado em recuperação de crédito, o que p ajudou a aumentar a previsibilidade e assim escalar as receitas da empresa.”

A velocidade e a quantidade de operações acompanham a evolução do mercado financeiro e as necessidades das empresas em avaliar os riscos ao conceder empréstimos e financiamentos, sem cair na mesmice oferecida pelas empresas de análise de risco tradicionais que observam demasiadamente o passado financeiro como fator exclusivo e excludente. Mas uma abordagem mais ampla, como o uso de dados abertos coletados e open finance se transformam em informações úteis para entender quem tem maior probabilidade de não pagar?

De acordo com Mendes, a Dataholics utiliza um algoritmo que vai além da análise do histórico financeiro. “Nós olhamos para além dos pagamentos e da inadimplência, para além do nome sujo”, explicou. Em um cenário macroeconômico onde a dívida e a inadimplência aumentam devido a altas taxas de juros e desemprego, é necessário compreender o que leva alguém que sempre honrou suas dívidas a deixar de cumprir seus compromissos. “Avaliamos os preços praticados no mercado em questão e a compatibilidade dos gastos, levando em consideração desde o nível educacional até a reputação e o comportamento nas plataformas digitais”, disse o fundador e CEO da Dataholics.

Para isso, a plataforma conta com profissionais das áreas de sociologia e netnografia (uma especialização da etnografia que utiliza comunicações mediadas por computador) para gerar dados que possam ser transformados em informações relevantes. “Nossa inteligência artificial analisa cada indivíduo minuciosamente, aprendendo a identificar quem é um bom pagador, sem preconceitos nem vieses conseguimos detectar o potencial das pessoas e empresas, que muitas vezes transcende quaisquer dificuldades passageiras que possam tê-las levado á inadimplência.”

Rumo ao Canadá
A partir de 2017, a Dataholics recebeu diversos prêmios internacionais das áreas de IA e de Fintechs. Agora, buscando oportunidades no mercado internacional, a empresa está em uma rodada de captação junto a investidores, onde Mendes pretende morar por um tempo até que a operação esteja estabelecida. “A explosão no número de pessoas decidindo pelo caminho da imigração paralelamente aos aumentos globais nas taxas de juros, as crises bancárias e os riscos sistêmicos na economia abrem muitas perspectivas para nosso negócio”, destacou. Se tudo der certo, em breve a Dataholics estará oferecendo seu “check-up financeiro” dos clientes expatriados para cooperativas e pequenas empresas internacionais.

1.000 Consultas por Segundo – A capacidade de processamento da empresa

500 Fatores Avaliados – Para gerar o score de crédito

45% de Crescimento – A Dataholics teve um aumento de 45% no primeiro trimestre em comparação a 2022

Link para a matéria na Revista ISTOÉ Dinehiro de Maio de 2023